Em nosso último post, comentamos sobre a utilização do pó de quartzo como aditivo para concreto. Dissemos brevemente que sua utilização tende a melhorar várias propriedades, porém não comentamos sobre o que muda nestas propriedades. Neste post, vamos aprofundar um pouco mais. O que muda quando se usa pó de quartzo? A grande mudança quando usamos pó de quartzo é a redução da porosidade. Se trabalharmos com a adição de um pó de quartzo com tamanho médio de 30 micrometros, substituindo uma fração da areia convencional, podemos reduzir em até 15% a porosidade do concreto. Se ao invés disso, trabalharmos com uma mistura de pós, entre 100 e 10 micrometros, podemos reduzir ainda mais a porosidade, reduzindo em até 30% os espaços vazios. A primeira consequência disso é a proteção à armadura do concreto. Sem os poros, o processo corrosivo que age sobre o aço fica bem menos significativo. Entretanto, este benefício é difícil de se medir, uma vez que a corrosão em concretos é um fenômeno difícil de se ensaiar. A segunda consequência de uma porosidade menor é a melhor distribuição das tensões na microestrutura do concreto, aumentando sua resistência à compressão. Se fizermos aquela substituição apenas com o pó mais fino, podemos elevar a resistência de um concreto feito com cimento CP II sem nenhum aditivo pozolânico (como sílica ativa, por exemplo) em mais de 10%. Quando combinado com o uso de sílica ativa ocorre um efeito sinérgico, elevando a resistência a outros patamares. Um exemplo muito conhecido do uso desta combinação e outros agregados finos é o chamado concreto de pós reativos, com resistências muito maiores do que os concretos convencionais. Outra estratégia para utilizar o pó de quartzo está em substituir parte do cimento por uma fração menor de pó. Quando bem adequada a curva de granulometrias, isso acarreta em uma redução de custo sem perda da qualidade. A redução da razão água/cimento também é um efeito benéfico. Ela pode ser reduzida de 0,5 para até 0,35 com uma dosagem ideal das granulometrias certas de pó de quartzo. Obviamente, a dosagem correta para atingir todos estes benefícios vai depender de concreto para concreto, e alguns testes devem ser realizados para encontra-las. Caso tenham mais interesse...
Leia MaisO desenvolvimento de aditivos para concreto é um assunto que muito interessa às universidades e às indústrias. Tais aditivos para concreto são capazes de mudar uma série de propriedades do concreto, melhorando seu desempenho e reduzindo seu custo de produção. Tais objetivos são alcançados por sua capacidade de reduzir a fração de água utilizada, melhorar a plasticidade e diminuir o tempo de cura. Embora muitas vezes complexos, os aditivos para concreto geralmente usam uma lógica bem simples: reduzir a porosidade do concreto. Sempre quando mistura-se o cimento e os agregados, pequenos poros se formam na mistura. Como o tamanho destes poros é muito reduzido, a água tende a preenchê-los, fazendo com que a relação água/cimento aumente. Quando o cimento seca, estes poros diminuem a resistência do concreto, causando consequências negativas ao produto. Para que isto não ocorra, utilizam-se os aditivos para concreto para preencher estes poros. No entanto, para que o aditivo seja eficaz, ele deve estar dimensionado de maneira que suas partículas preencham estes espaços vazios, impedindo que a água entre e que poros se formem na cura. Parece bem simples, mas existem algumas complicações. Muitas vezes, as partículas dos aditivos para concreto podem reagir com o cimento, fazendo com que rachaduras venham a aparecer com o tempo. Isso inviabiliza o uso de uma série de minerais alternativos de baixo custo como aditivo para concreto. Diante deste cenário, muitas empresas começaram a usar quartzo moído para preencher os poros do concreto. O quartzo é uma sílica cristalina e suas reações com o cimento são bastante lentas. Além disso, uma certa atividade pozolânica também é observada quando partículas de quartzo menores que 20 mícron são usadas no preenchimento dos poros. Essa atividade é benéfica para os aditivos, no sentido que ajuda na agregação dos particulados com o cimento. Por todas estas vantagens e pelo baixo preço do quartzo moído (mais barato que o metacaulim, por exemplo) é que algumas empresas nos procuram para utilizá-lo como aditivo. Ele pode ser moído em diferentes granulometrias, o que faz com que se ajuste mais precisamente a diferentes tipos de concreto, com diferentes fórmulas. Ouvindo a voz do seu cliente, a BMRC desenvolveu uma linha de quartzo especial para utilização em aditivos para...
Leia MaisO quartzo é o mineral mais abundante da Terra e o Brasil é provavelmente o país com as maiores reservas afloradas deste mineral (tanto de boa qualidade quanto de má qualidade). Devido a esta realidade, muitas propriedades rurais, principalmente aquelas localizadas no Supergrupo do Espinhaço (grupo geológico que vai desde o sul de Minas Gerais até o norte da Bahia) podem conter afloramentos, tanto de areia de quartzo quanto de quartzo em rocha. Muitas vezes os proprietários destas jazidas chegam a nós (e agradecemos a preferência!) para avaliar a viabilidade comercial delas. Podemos dar então algumas dicas para que eles possam avaliar melhor se o que tem nas mãos é uma jazida passível de aplicação: Quais as empresas próximas à jazida? O quartzo como mineral industrial ainda é um insumo barato. Isso significa que muitas vezes, por melhor que seja o material, o valor gasto com seu transporte pode inviabilizar um negócio. Algumas indústrias que utilizam o quartzo em larga escala são aquelas ligadas a siderurgia, que produzem silicio metálico, ligas de alumínio-silicio ou ferro-silicio. Embora o preço que elas paguem no material seja mais baixo, suas exigencias quanto à qualidade do material também são. Caso o proprietário tenha uma reserva “colada” a uma destas firmas, a possibilidade de viabilizar a jazida é alta. Os mercados cerâmico, de tinta e de vidros já são bem mais exigentes. Eles muito provavelmente vão querer que o quartzo seja moído antes de comprarem, o que dificulta a viabilização do projeto. A proximidade do centro consumidor é talvez a característica mais importante para uma jazida de quartzo, portanto começar oferencendo às indústrias mais próximas é sempre a melhor alternativa. A jazida é homogênea? Nenhum mineral é idêntico ao outro. Sua composição química e suas propriedades físicas vão mudar de uma jazida para outra. Isso significa que muitas vezes uma indústria consumidora terá que mudar alguns parâmetros de seus processos produtivos para adequá-los a matéria-prima utilizada. Para que este esforço não seja em vão, é preciso tanto que hajam ganhos de custos na substituição e garantias de que o material não vai variar ao longo do tempo. Caso o quartzo varie muito ao longo da jazida, muitos problemas ocorrerão. Porntanto, cabe ao proprietário da...
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